O que há pra hoje?
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sexta-feira, 30 de setembro de 2011
E eu avesso a ela e a tudo transformado em formulas, cálculos, ângulos
Dispenso os eqüiláteros que buscam certa congruência dos meus obtusos desejos, estes que me impulsionam para o entre lugar
Para o território do desconhecido
Onde tudo permanece sem forma,
Livre e pulsante como toda força é!
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Sozinho e acompanhado
Era preciso uma foda boa, uma bela foda avassaladora...
Uma foda daquela de destruir quarteirões...
Sua libido era tanta que a carne tremia, que os pelos se eriçavam, que a pele transpirava, que o sexo todo se molhava...
Era abastado.
Tinha do seu lado a companhia ideal.
Mas tudo parecia flácido e antigo demais.
Tédio.
Era isso.
Olhou em torno.
Terminou no banheiro numa deliciosa masturbação na madrugada.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Dobrando teimosas ganas
Estava no olho do furacão. E resolveu parar para comer amendoins.
“És louca!!!” bradou os que viram a cena “ Estamos no centro do acontecimento, no tempo do agora. Mas alguns instantes e veremos tudo vir sobre nós, a realidade arrancada do chão rodará em espiral no céu e tentara nos atingir. Mas um pouco e serão lançados contra nós, carros, casas, pessoas e tudo que o vento encontrar pela frente. Seremos alvo e seremos também lançados como balas contra outros alvos. Temos de fugir, de correr, arquitetar um plano que talvez nem tenhamos condições de por em prática”.
Sorriu. Olhou aquele outro que bradava desesperado e achava que seu desespero era a matéria de sua salvação. Sorriu novamente, comeu mais alguns amendoins, não sabia quando e se poderia fazer isso novamente. Olhou para o céu e contemplou por uns instantes o efeito do vento sobre as coisas. Sabia mais ou menos o que viria a seguir, um vento devastador, milhões de eventos que exigiriam dela bilhões de ações e reações, riscos, decisões para serem tomadas de imediato e que por um triz ... Saboreou o amendoim até terminar o pacote, sentiu vontade de viajar... decidiu que quanto aquele vendaval passasse iria respirar ouros ares...
domingo, 18 de setembro de 2011
Sobre as coisas que quero ver
poderei compor poesia que me revele?
Eu que faço sexo com mulher
e não me sinto homem
flutuo pelo domingo
de casa em caso
de encontro em reencontro.
nas contingencias do ser, é, e vir a ser
E nunca sou!
Nem aspiro ser
Poesia não deseja...
Coisa alguma,
bom senso algum
ou verdade outra.
Ou esclarecer
quem nunca pensei que fosse.
domingo, 11 de setembro de 2011
Poesia Delicada
E como diria Wally Salomão:
Alguém acha que ritmo jorra fácil, pronto rebento do espontaneísmo?
Hoje..."
O Marinheiro da Lua
sábado, 10 de setembro de 2011
BOBO
(Dizia-se bobo, ou como dizendo bobagens)
Estou com muita saudade de tudo, mas ao mesmo tempo praticando um recolhimento: estudando, fazendo poesia no delicado ensaio, montando quebra-cabeças, escrevendo palavras cruzadas, me metendo em responsabilidades, pensando em dar certos pontapés, curtindo o velho namoro, iniciando uma abdução coletiva, ansioso para escrever o livro inteiro, vendo velhos amigos, me entorpecendo nas horas fugidias e sendo feliz. Achei o tom da felicidade?
(E se ria)
Exercício dramatúrgico do solilóquio de uma fala só
Das cegueiras 1
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
DYONYSIAS - BAKXAI
No ar deste Sertão alguma coisa me diz que há prenúncio de dias mais coloridos:
A primavera já vem dobrando a esquina florida de novidades.
E esse frio que trinca osso e me traz preguiça parece enveredar por outras paragens.
É a cor suplantando o tom oblíquo do céu cor de chumbo
É a vontade de ocupar as praças e ser pouso de borboletas alegres e faceiras
É um perfume de mil cores.
Um desabrochar
Anunciando colheita e novidade.