O que há pra hoje?

POESIA COLABORATIVA
Suor. Espaço de exercício poético e livre escrita...

sábado, 26 de janeiro de 2013

"Abre Aspas"

Que rio, que rego, que vala, que vale, que canal, que fissura, que brecha, que estrada há?
Que meandro se esgueira e se esconde por entre os sinuosos apóstrofos de um sinal de aspas?

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

pipa sem rabiola não avoa
sim pipa rabiola sem avoa
pipa sem rabiola avoa sim
sem avoa rabiola pipa não



Pontu(ação) - É isso e ponto

,,,
             ""             ""
                               (!)


            ?

:       ;;;
                                    ...

                                          /

                                                                     e . final

Conectivos, prefixos, preposições, sufixos, pronomes, artigos e outras coisas mais

(numa única respiração)

de a e pelo de o do em que uma quem um com no se para na qual por mas quiça te lhe la aço ão dessa eiro ado ador in ex pré pós entre pela ada eira tal aça íssimo ismo ália eça tão quanto até ora desse ali aqui acolá

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

As barbuleta tudo barbuleteando

avoa avoa avoa
baribuleta de asa vibranteira amarelada voadeira e avoadora
avoa avoa avoa



O ermitão

O bom ermitão nunca está sozinho
e se acompanhado está, está sempre acompanhado

"não mexe comigo
que eu não ando só
eu não ando só
eu não ando só
não mexe não"

Saindo do convívio com o mundo, experimentando do que há no fundo, na sozinhez, na vaziez, no olho do furacão, no caos

Banho de Chuva

com a saia molhada
com a alma lavada
silenciosa alma
luzida e ilustrada
alma arreganhada para o sol e para as estrelas e para a lua
alma alvíssima, cândida, brandíssima
solta alma solta numa pédagüeira só

só com saia enxarcada
só com alma lavada pra verter
porque o que um banho de chuva não rende numa alma
nada mais pode render

com a saia ensopada de água
chuva, chuvisco, chuvarada, chuvareza, chuvão
banho de chuva que ilustra a alma
água que engrossa e que escorre num rio de fazer contas no chão


domingo, 20 de janeiro de 2013

Desabação

Voz grave de trovão aceso
céu de chumbo que chora
ecoa
eco
eco

Raios e trovões, relampiano e luzindo tudo
guerra no ar, nuvens algarávicas, ruidosas falas
ecoa
eco
eco

Céu desatinado que precipita em desabação
água que engorda a vala que outrora o rio de fazer contas aninharia
ecoa
eco
eco

(Desabação. Chuvarada em Jequié.
Amarga lembrança da inundação que soube, que li ou ouvi dizer.
Medo de trovão, medo.
Cadê o lençol de tia Zezé?)


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

surupemba

pococtha
pucutufi
lá dentro
bota a rabada que a pipa sobe, sobe

QUEM TEM FÉ VAI A PÉ


Salvador cidade franca e escancarada
família negra faz da calçada seu lar
pessoas morrem
mas a Fonte Nova não pára

Salvador cidade franca e escancarada
tem policia de turista
que enxota pedinte
mas tudo bem fumar umzinho no porto da barra

Salvador cidade franca e escancarada
onde beber e dirigir é crime grave
e o largo dos aflitos tem um milhão de policiais
mas não é bastante largo pra caber minha aflição
mas não é bastante largo pra caber uma aflição
mas não é bastante largo pra caber a aflição

Ladeira da Montanha

Eu nasci no cais
onde minha mãe vendia comida
Minha mãe morreu
e minha irmã vendeu tudo

Quem foi dona
não vira ladrona
Virei puta.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Tio Dio - Sol da Manhã

Ironia da vida
protocolo n° 1.535.578.
Saiu de cena assim.
Ninguém acreditou,
ninguém sequer viu.
Escondidinho à francesa,
pra ninguém chorar, nem ver, se doer.

Ele se ofereceu, reclamando, mas foi.
Amor de gente.

Fanfarrão e piadista e safado e irônico.
Barrigão e dicção.
Tio Zito, tio Dio, tio Nica.
Pai e filho de outras vidas.
"Meu lindo, sol da manhã, eu te amo para sempre."

Porque luzir é coisa de gente grande.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Dignidade

é ser como Tião Galinha
é saber dizer "Não!"
quando se é "obrigado" a dizer sim
porque às vezes dizer sim, implica em rasgar-se inteiro



domingo, 13 de janeiro de 2013

Imperative!

Fora!
Fora!
Fora!

Desatada Sangria pelo Contemplativo

Meândrico...
e contemplativo, fruindo por uma, ou duas, ou três dezenas de hora
o mundo que fica ardendo lá fora, diante da janela.

Impudico...
Emaranhando um rosário de entidades que atravessam uma sensibilidade
emprenhando de luz e de sombra
e de um belindezamor.

Caótico...
Escutando a virginiana que pulsa. Não escutando a virginiana que pulsa.
Pulsa e
Não pulsa.

Rico...
1. de grana ou sem grana, de amor, de beleza, de grandeza, de ais, de ardor, de subterrâneos desejos e devaneios e figuras e potências.
2. em aprendimentos.
3. em rir.

Ligando a tomada, abrindo a janela e escancarando a porta.
Desatando uma sangria retada pelo contemplativo.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

E-mail

Date: Thu, 10 Jan 2013 09:33:23 -0800
From: godot@yahoo.com.br
Subject: Nadeiras e Ninguendades do Mundo Cão
To: godot@gmail.com
CC: correria@msn.com; contemporaneidade@hotmail.com; naesferadaproduaodesimesmo@hotmail.com; atletismoafetivo@ig.com.br

Nada na Caixa de Entrada.
Evoé!
Um alívio de verão!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Lambança Geral

Nas Serras das Gerais, onde adolesci, na rua de casa, no quintal, no quarto, na sala, na casa do vizinho e no topos que fosse possível: brincava-se até o perder da hora. Brincava-se de tudo: esconde-esconde, amarelinha, bate-manteiga, mamãe da rua, bandeirinha, vó, picula... infinitas festas, eternos ritos, sagrados jogos e profanas celebrações. Até de namorar brincava-se. A "exuberessência" da alegria. Uma lambança geral.

Partir-se

Amar-se a si.
Largar-se a si.
Deixar-se a si.
E sossegar...            Se.
Só cegar.              Partir.
Cerrar.              Cerrar.
Partir.            Só cegar.
Se.             E sossegar...
                   
              Deixar-se a si.

          Largar-se a si.

     Amar-se a si.
  E só.

Só.

Deixar-se a cargo de si mesmo.

Partir-se um pouco, todo, inteiro e partir um pouco mais.



domingo, 6 de janeiro de 2013

Dia de Reis

Oh de casa santO reis imbateu de pOrta em pOrta percuranO adOnde entrar percuranO gentileza e querenO casa dO divinO altar presépiO e meninO cahaça alemientO encOntrar Oh de fOra O brincante de reis o reiserO cai no chãO num rOdOpiO de peãO barraventO deixa a gira girar num transe sÓ SantO reis bateu Oh de casa de pOrta em pOrta percuranO aOnde entrar percuranO percuranO Oh

Oh de fOra

insider
Outsider

sábado, 5 de janeiro de 2013

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

ler é ato
amalgâmico
desalienante e progressivamente abrangente

Deu caixa

- Alô!
Alô!!
Alô!!!
TUM, TUM, TUM, TUM, TUM.


Entusiasmós

apenas 48 horas de farra
e já não tinha quem a acompanhasse tamanha desmedida

todos os desertores capotaram
dormiram
desistiram
pediram menos

e ela nem tonta ficou ainda
mas via as coisas brilharem
brilhos vibrantes que só