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POESIA COLABORATIVA
Suor. Espaço de exercício poético e livre escrita...

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que eu mesmo montei

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá o deleite é o método
Lá a existência é uma aventura
De modo tão eloqüente
Que tudo é um convite a criação
das paredes brotam versos
os sofás compõem músicas
e tenho inspiração como em nenhum outro lugar jamais tive

E como farei experimentações
Gozarei como poeta
Brincarei de ser cantor
Dançarei com os móveis
Tomarei banhos de cachoeira!
E quando estiver cansado
sentarei ao pé da escada
E o próprio rei me contara histórias
de meninos do mato
de artistas viajantes
de domadores de impossibilidade
de acrobatas do infinito
de malabaristas do cotidiano
E eu regozijarei todo de tanto despudor e vida viva
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra dimensão.
Os cozinheiros são músicos e alquimistas
Tem instrumentos os mais variados,
do sopro a percussão.
Tem escada poesia
pra gente escalar.
Tem as mais belas bailarinas e atrizes
com que se possa flertar.

E quando a tristeza sem jeito
a dor no peito e os problemas
ensaiarem me devorar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que eu mesmo montei
Vou-me embora pra Pasárgada.


( livre recreação com o poema de Manuel Bandeira )

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