Para mostrar do que era capaz, se prestava a qualquer atitude, sem a menor sensatez.
"Ele" estava sempre com uma melhor amiga: "Ela".
Eram amigos.
Naquele dia, em específico, ficaram na garagem de casa, conversando putaria e assistindo ao trator que estava estacionado em frente a casa do vizinho. Que inusitado. Quem imaginaria? Um trator.
Era isso. Os dois não duvidavam mais de nada.
Tudo parecia morno, bucólico e silencioso demais diante daquele trator enorme que repousava calmo, adormecido, do outro lado da rua.
Mas a calma fora abalada.
Eis que passa por "Ele" e por "Ela", ali, de súbito, um homem lindo, lindo e musical:
toc, toc, toc, toc... (faziam seus passos nas velhas ruas de pedra do lugar)
Silêncio sepulcral.
Que inusitado. Quem imaginaria um homem lindo daquele, Apolo cruzando a rua daquele jeito? Sem pedir licença, ou avisar.
"Ele" acompanha musical astro da noite, apenas com o olhar.
toc, toc, toc, toc... (faziam seus passos nas velhas ruas de pedra do lugar)
Já "Ela"! Hum!
"Ela", entratanto, encanta-se com a musicalidade sonora dos passos ritmados do Apolo/Boto cor de rosa. Fica completamente seduzida pelo canto da sereia.
Embriagada, se entorpece com o som e com o perfume prenhe de testosterona.
Curiosa, curva-se por sobre a grade de lanças de que era feito o portão da garagem.
SLAP!
Fora Decapitada!
"Ele" abriu repentinamente a grade do portão.
Fatal!
Pobre "Ela".
"Ele" arrancou a cabeça da amiga.
"Ele" ainda pensou em se desesperar e sentir uma profunda culpa.
Como já não havia o que fazer... resolveu servi-la: a cabeça.
Mas "Ele" esperou para servir.
Só se sentiu à vontade para servir a cabeça, de fato, a todos, quando pôde exercitar sua erudição na composição do prato. Sofisticadamente "Ele" ofertou aquele crânio apetitoso, a cabeça-amiga, num especial jantar, dado em casa. Jantar oferecido ao seu pior inimigo.
"Ele" servira a cabeça de "Ela" como prato principal, numa bandeja de ouro e diamantes.
Eis que todos reconheciam: - "Diamantes lindos, os da bandeja".