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POESIA COLABORATIVA
Suor. Espaço de exercício poético e livre escrita...

domingo, 30 de dezembro de 2012

De Ibirataia

Viado
De Ibirataia
Morre em Jequié na Rodoviária

Viado
De Ibirataia
Morre em Jequié na Rodoviária



Fino chegou!
Fino chegou na ensolarada Jequié
com seu look underground cult over pop
de paleta de cor furtacor.
G Magazine como estandarte na mão.
Uma bandeira gay em pleno sertão.
Só estava de passagem
E seguiria para as terras da planta que na língua arde.
Sentou-se com a suave elegância dos povos das tesouras
e com seus sujos olhos vermelhos
atrás dos óculos - máscara escura -,
com um relógio enorme de pino no pulso,
camisetinha amarela,
shortinho azul xadrez mostrando tudo,
pôs-se a folhear
sua revista sem o menor
pudor do devir de horror!


Viado
De Ibirataia
Morre em Jequié na Rodoviária

Viado
De Ibirataia
Morre em Jequié na Rodoviária



Ao ver aquela cena
Do viado tão culto e erudito
dedicado à leitura dos contos eróticos de sua revista/estandarte
"a cidade apavorada se quedou paralisada",
chocada com a cena de horror.
Um qualquer passante jogou a primeira pedra.
E outra. E outra. E outra.
Pedras a mancheia.
O coro dos contentes - ou coro dos enjeitados -
matava lentamente o viado com as pedradas/bigornas.
A cidade apavorada,
que nunca quis, perdoou ou respeitou
apedrejou a mona
em plena luz do dia
morreu o viado de Ibirataia,
em plena Jequié, na rodoviária.


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