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POESIA COLABORATIVA
Suor. Espaço de exercício poético e livre escrita...

domingo, 7 de outubro de 2012

Perambulação 01 - nas terras de Maria Degolada


Boardline, 07 de outubro de 2012
No entre, na fenda, na brecha.
Onde fulguram caminhos das águas.

Eu, uma BABALORIXÁ de Oxossi com Oxum deito cabeça na morada do sossego.

Porto Alegre.
Que cidade é essa?

Chega! Não serei eu a dedicar tempo pra poesia micha, medíocre, incréu de roteiro de viagem.
- Mas não resisto!

Céu de chumbo.
Banho de chuva.
As águas que não lavam o sertão, molham os pampas.
Sina a contradição.

Em Porto Alegre, cinza, a algazarra é comedida, polida, cheia de boas maneiras.
Sina a contradição.

Vento frio, que ulula sorrateiro na pele da gente..

Ivan Bender, Caio Fernando Abreu, Érico Veríssimo, Mário Quintana.
Elis Calcanhoto Gonçalves de Kleidir...

Vento frio, que ulula sorrateiro na pele da gente.

Crimes da rua do arvoredo.
Homem que mqtqvq gente pra fazer linguiça.
Maria Degolada.
Prostituta que virou santa.

Bons modos, polidez e boas maneiras...
O mistério do Guaíba, o parque da redenção.

Bons modos, polidez e boas maneiras...
Povo educado, culto, comunicativo.

Bons modos, polidez e boas maneiras...
Custo de vida baixo, pouca gente miserável nas ruas.

Bons modos, polidez e boas maneiras...

Basta de bons costumes de sorriso no rosto.
Cidade cinza.

Gaúcho é povo matreiro,
experimentado nas guerras de martelo, foice, facão
arma de todo tipo, bala de canhão, espada.
faca amolada

Queda do totem! O povo aflito derruba e degola o totem.
- Derrubaram o mascote da copa que a Coca colocou na praça!
- Privatização do espaço público. - dizem uns
- Quando uma empresa faz alguma coisa pela cidade o povo ainda reclama.
O povo se coloca, fala mesmo.

Povo branco, tez translúcida, herança do europeu.
Fala fina.

Pei! Pei! Bum! Kabrum!
Vixe.
Tiroteio em praça pública.
E nã era um tiroteio de metáforas. Tiro mesmo. Pei! De matar gente.

Gente correndo, chorando, tensa.
Comércio fechando portas.

- Vocês que são jovens, meus filhos, vejam no que nossa pseudo democracia se tornou: Medo! Tristeza.
Camelôs postos na rua por não recolher impostos.
Tensão.
Tiroteio.

Tiroteio em praça pública.
Gente correndo, chorando, tensa.
Comércio fechando portas.
- Ba, tchê! Quando eles roubam, prendem, quando eles trabalham atrapalham. Deixa os camelô trabalhar, pelo mesmo não tão roubando. - diz uma senhora passante.
- Capaz! Eu desde não sei quantos anos tenho essa minha lojinha e se tem uma coisa que eu faço é deixar meus encargos e impostos em dia. - replica uma comerciante da reunião.

O povo se coloca, fala mesmo.

Bombacha!
Booommm!
Que pensar de um povo que vive com arma branca pendurado ao cinturão de couro?

Moer a cana...
Tirar a gema...

The end.
Dia 12 de outubro.
Vôo TAM 3600 - 17:27
Evoé, POA!

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