Era assim
No quintal de Vó Elza... - Eita, mãezona rabugenta!
... havia um pé de siriguela e parque e brincadeira.
Um pé de brincadeira com raízes invisíveis e escondidas e famintas.
Suas raízes comiam sabores alucinógenos de criança que entorpeciam primos e primas em folguedos.
Raízes que retronutriam crianças brincantes, trepadas em galhos frágeis e fortes e torpes.
Era assim
No quintal de Vó Elza... - Eita, mãezona rabugenta!
... havia um pé de pinha e frio e morto e misterioso.
Um pé de morte com raízes famintas e grandes e para fora e que queriam tomar todo o quintal, serpentinamente.
Um pé de pinha morto. Tinha sido plantado por vô Renato, que desde que nasci era também morto, e por isso talvez fosse o pé de pinha também morrido e enigmático e de raízes/serpentes/túmulo.
Painho, um dia quis enfrentar a morte do pé de pinha.
Painho fez o balanço.
Fixou o balanço no galho horizontal mais forte (bíceps do pé de pinha).
Era o florescimento da vida na morte daquele pé moribundo. Festa!
Na inauguração do balanço... Na inauguração da brincadeira... Senti-o. Sentei.
Voei tão tão tão tão alto. Tão alto, tão alto, tão alto.
Queda.
Caímos, o braço do pé de pinha e eu.
Quedou o braço mais forte do pé defunto de pinha.
O pé de pinha (morto), filho de vô Renato (morto), recusou-se a brincar...
Recusou-se a brincar para sempre.
sublime.
ResponderExcluirHola, Bianca... buenas noches... sou o amigo virtual do orkut da Helena... xereta q sou, acabei descobrindo aqui o seu blog (seu ou do seu grupo?) pra minha sorte e divertimento... bacaníssimo o texto, assim como alguns outros q li por aqui, esse particularmente com uma tal de 'imaginação poética' q dá todo um encantamento aos versos... parabéns ao autor, seja ele quem for..
ResponderExcluir*espero q o blog continue e a proposta siga enfrente... boa sorte ae...
besos e feliz semana.