era um saber de uma imensa dificulidade de mediação.
O que há pra hoje?
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domingo, 31 de julho de 2011
Aprendizado de artista
era um saber de uma imensa dificulidade de mediação.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Asa de cobra
sábado, 16 de julho de 2011
O quintal de tia Libina - ou - Manga verde com sal
Nas férias, o quintal de tia Libina era o céu deste mundo: Um pé de goiabas quase sempre bichadas – afinal nem o paraíso é perfeito – duas bananeiras gigantes que nos alimentavam no café da manhã, um pé de caju que completara doze anos de idade sem nunca nos dar um misero e azedo cajuzinho.
- Paciência, paciência. Cada um tem seu modo de se desenvolver no tempo. Cada árvore é única. Se não deu este ano é porque não era o tempo de dar. Vamos esperar mais um pouco, que aí quietinho ele não esta incomodando ninguém. Dizia minha tia, sempre que alguém a aconselhava derrubar o cajueiro.
Tinham também algumas flores que nunca decorei o nome e umas ervas que minha tia usava pra nos fazer chá quando abusamos dos doces e nos contorcíamos com dor de barriga. Tinha também lá no fundo, bem pertinho do muro, a maior mangueira que alguém poderia desejar. Nem baixa, nem alta. Tinha o tamanho certo. Não era suficientemente alta de modo que não pudéssemos colher sem perigo algumas mangas e nem tão baixa a ponto de não haver frutas intocáveis, que só de pirraça a natureza fez parecerem ser as mais bonitas e mais cobiçadas. Até as árvores brincam de fazer charme!
Meu companheiro de brinquedos na casa de tia Libina era Paulo. Um primo um pouco maior do que eu, que gostava de exibir suas habilidades acrobáticas, subindo com destreza nos galhos mais altos da mangueira, enquanto eu me esforçava em não cair e quebrar um braço.
Paulo e eu passávamos as tardes explorando aquele quintal-paraíso, brincando com todas as fantasias possíveis de serem imaginadas. Mas no fim da tarde, sem nunca faltar, acabávamos trepados em nossa mangueira, nos empanturrando de seus frutos deliciosos.
Paulo tinha um gosto que eu sempre achei esquisito, mas que era a preferência de toda casa. Ele gostava de chupar manga verde com sal. Escolhia as mangas mais robustas, com a casca mais lisinha sem nenhuma marca ou sinal de defeito, cujo verde quase amarelado chegava cintilar. Cortava um pedaço gordo da manga, passava-o no sal e com prazer e com careta devorava duas, quatro, seis, até oito mangas enquanto eu ainda estava no terceiro ou quarto fruto. É que gosto de chupar a manga toda, comer as cascas e sugar bem o caroço o que demanda mais tempo do que simplesmente cortar e devorar.
Outro dia Paulo apareceu por aqui, tinha visitado tia Libina e me trouxe um fardo de mangas verdes. Me pediu o sal, me contou dos seus flertes e amores e debochou do meu relacionamento com a mulher que embora ele chame de velha tem nossa idade. Ele queria me convencer de que gostoso mesmo era comer manga verde com sal. Coitado, ainda não sabe o sabor de uma fruta madura.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Procurando embriaguês
terça-feira, 12 de julho de 2011
domingo, 10 de julho de 2011
Teologia da prosperidade
Compara deus ao presidente de uma multinacional.
Não se intitula pregador mas televangelista.
Lincha publicamente símbolos de religiões distintas a sua.
Leva as ruas uma multidão cega e/ou fascista para impedir a proteção legal de uma minoria ( ou maioria, que nos revelem os armários)
Rege uma “Assembléia de deus” onde o discurso não é pelo povo.
Prega um deus horroroso segregador, manipulador, excludente...
Não.
O diabo não está nas ruas
Nos livros do INDEX
No desejo do homo afetivo
Nas praticas sexuais livres
Não.
Se existir
O diabo faz sua morada nos discursos de ódio.
Leve uma banana também social
sábado, 9 de julho de 2011
Eis aí
Quer saber?
Lançamento na pista do suicida com medo da morte
sexta-feira, 8 de julho de 2011
Os paus de uma canoa
Com quantos Franciscos se cursa um rio?
E Com quantos Chicos se encanta uma Yolanda?
Com quantos Caetanos se acende uma chama?
Em quantos Gilbertos se decompõe a metafísica?
E o outro Gilberto, em quantas bossas se desfaz?
Em quantos Vinicius transbordam-se as morais?
Com quantas Clarices se invoca um espectro?
Com quantos Pixinguinhas se contém um choro?
Em quantas doses se embebeda uma dor?
Em quantas Cecílias se brotam primaveras?
Com quantos Quintanas se flutua a leveza?
Quantas pessoas dentro de um Pessoa?
Quantos Pessoas cabem numa pessoa?
quinta-feira, 7 de julho de 2011
A menina e a canção
Poema patético 2
Qualquer coisa
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Apenas isso...
A gangue
Ladrões como não existem outros,
Se diferenciam dos demais pelo método que empregam e pelo objeto do furto.
Ladrões do tempo.
Não de relógios, ampulhetas, cronômetros ou calendários
Furtam o tempo propriamente dito.
Essa coisa indissociável do espaço e que é palco de nossas vidas
(todas elas).
Ninguém nunca soube como procedem no furto,
mas o fato é que por vezes não dispõem de tempo algum,
estão duros, sem tempo para o que quer que seja
apertados e espremidos entre uma obrigação e outra.
E de repente,
não se sabe como
lá estão eles, riquíssimos
gozando de horas e horas
e tempos imensuráveis.
Boêmios.
Filhos de Baco.