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POESIA COLABORATIVA
Suor. Espaço de exercício poético e livre escrita...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Arrumando a casa sem dor

Limpando a velha casa-templo...
Re-alinhando a complexa dinâmica do cotidiano,
numa empreitada íntima.

Começo por mim.
Olho mais fundo, mas de perto a minha própria existência.
Ouvindo o que gosto.
Lendo as obrigações até o ponto que posso.
Lendo os quintais e me refestelando com eles.
Derrubando os preconceitos que engessam.
Re-adequando posturas antigas demais.

Limpando a velha casa-templo...
Re-alinhando a complexa dinâmica do cotidiano,
numa empreitada íntima.

Sentindo cada dia por vez.
Matando, ou melhor, sacrificando, todos os cães que muito ladram ou mordem. Qualquer sinal de grosseria, violência, abuso, arrogância ou aridez é respondido com um golpe tão violento quanto fatal de pura gentileza desconcertante.
Deixar os sentidos leves.
Sentir tudo, tudo, em alguma medida, me dirá respeito.
Não ser feliz o tempo todo.
Mas procurar dar vazão para a alegria.

Limpando a velha casa-templo...
Re-alinhando a complexa dinâmica do cotidiano,
numa empreitada íntima.

Antropofagizar...
entender que o Brasil é resultado da mistura, que sou parte disso
e que "a pureza é um mito" (Oiticica), e que os mitos se gastam e morrem.

Um comentário:

  1. Poesia sim é profética, consolo e paz. Por isso, prefiro o Rumbaiat de Khaian, ou os Salmos de Davi e, me embebeço nos cânticos. Nada de ser salvo. Renuncio. Quero apenas essa paz e entendimento de poesia onde eu posso pecar e sentir dor.

    Joab

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