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POESIA COLABORATIVA
Suor. Espaço de exercício poético e livre escrita...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A menina e o passarim


A menina cantava, um cantar doce e fortuito, melodioso que só.
De onde tudo onde era canto da terra se escutava o ulo da pequena sereia.
Mas gostava de ficar sozinha no quarto, a menina,
A menina batia-se nas paredes....
Não as enxergava.
Parede nenhuma e parede não havia.
Mas chocava-se duramente contra elas.
Lançava-se louca e violenta contra todo e qualquer obstáculo de concreto que a si se apresentasse.


Dormia na geladeira, e passeava pela casa andando pelas paredes...
Era de uma soltura, a menina, de um arejamento de fazer medo.
Da janela do quarto chegava sempre a visita pra menina.
Era dito e certo que ia acontecer, e to
do mundo sabia até a hora.
Toda noitinha lhe chegavam os pássaros, vezes em bando, vezes só.
Entravam felizes em alvoroço. Serenos com seus destinos.
Havia noites com mais, outras com menos, mas as aves estavam sempre ali, no momento oportuno e ordinário.
A menina delicadamente lhes retirava os olhos e os devolvia à natureza.
Os pequenos olhinhos eram jogados no jardim onde se florecia flores azúis e carmim.
Cada olhinho virava um tubérculo donde brotava o caule que enramava e abria-se em flor, azul ou carmim.,
Era um belo jardim...
O mais belo.
Belo de se fazer inveja.

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