Mais uma.
A última.
Derradeira e soturna apresentação pública
do clownesco poeta suicida,
que pula do culme do prédio e quica, grita, rodopia e cai.
Peralta assassino de si.
Contemplando essa desgraça,
a risonha plateia, egoísta (será?), pede bis.
- Ehhhhh!
Delírio.
O poeta, velho e trágico palhaço, tropeça e cai.
Tomba, em cambalhota rota no chão.
O poeta morre a cada respiração para fazer aquele dificílimo número.
- Ehhhhh!
Delírio.
Contemplando essa desgraça,
a risonha platéia, egoísta, em febre clama:
- Outra, outra vez, palhaço!
O clownesco poeta suicida,
que pula do culme do prédio e quica.
Pela última vez.
Quica.
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