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POESIA COLABORATIVA
Suor. Espaço de exercício poético e livre escrita...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Solidões

Solidão, que poeira leve*.
Solidão não. Solidões.
Os sozinhos andam sempre em bando.
Por que atrás de mim, há outros.
E atrás dos meus outros, outros tantos deles.

O que me salva de minha solidão é a ilusão de que estejam sós os que me acompanham.

Sou um compositor de rupturas. Já entendi que não sou só.
Romper e ligar-se ao novo. A algo novo - que nem sei o que é.
É que a vida é movimento,
e é preciso, vez por outra, escolher partir, cindir, romper.

"Há malas que vão para Belém!" - e não importa que eu não vá.

É!!! Solidão. Essa besta fera.
Se ela nascesse rainha, milhares de guerras faria*.
E estou aqui, agora, no oco do tempo, fingindo-me só, compondo este poema.

Solidão. Há? Solidão, não. Solidões.
Solidões de descompassos sincopados,
como a tristeza senhora de um samba de roda marcado.
Dançado à tantos pés. Juntos e sós.
Ou na batida "solitária" de um pobre coração...
Tum tum... Tum tum... Tum tum...

*Citação de "Solidão" - Tom Zé.

Um comentário:

  1. o que me salva de minha solidão é a solidão dos outros que me acompanham.
    Romper e ligar-se a algo novo.
    E a vida é movimento.

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