O que há pra hoje?
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quarta-feira, 29 de junho de 2011
Desemputecida
terça-feira, 28 de junho de 2011
DIÁRIO DE BORDO : São joão
As tranças de Ric. Festa de aniversário de Beto com mil queijos e vinhos e trilha sonora de Mon. São jão no Bezerra com os Abreu e os Jerônimo e aquele perfume de memórias. Fogos, fogueiras, quadrilha, bandeirolas e a certeza de que a força de uma casa está na cozinha.
Chico Cezar, Elba Ramalho e Show de Dominguinhos, com aquela dor no peito e o medo de que ele se vá sem dar-lhe um abraço.
Notícias do Recôncavo. Reencontro com amigos de viagem, novas relações e o cultivo dos bons encontros.
Amada, minha presença querida. E um contentamento de estar com quem estive, feliz em saber de quem de longe lembrava de mim.
Gostosa com a vida, recebendo-a, desejando-a, queredora de algumas conquistas, feliz com as já conquistadas e ciente do imenso caminho a trilhar.
AH! E alguns terríveis quilos ganhos de forma deliciosa.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
O que vem de baixo...
Palavrinhas vis
Como duas formiguinhas
Pronunciadas por criaturinhas tão minúsculas
Me beliscam
E incomodam.
Tão miudinhas
Tão insignificantes.
Picada fina, dorzinha aguda, ousadia pura.
Chega de dor.
Ou já era hora, ou já não era sem tempo.
Ei-las lá,
esmagadas,
formigas-pasta na sola de meu sapato novo.
Pronto!
Nada mais de dor. Só gozo.
sábado, 18 de junho de 2011
TEMPO DE ESPERA
(Para ser lido, em voz alta, em filas de bancos, de espera de caixa, de supermercado, ou na fila de uma repartição qualquer.)
Marchinha pela liberdade de expressão
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Epifania
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Comendo tijolos
Brincando de explorar a essência humana. Escolhi com cuidado e Comprei um belo tijolo na velha casa de construção. Engoli todinho. Tijolo de difícil digestão. Tijolo disfarçado de bobo-da-corte do mundo. Seu nome: Hauser, uma carta na mão, um livro de oração e uma faca amolada em ferida aberta no peito do bicho. Cada um por si e Deus por todos ou - em língua alemã - Jeder für sich und Gott gegen alle - de Werner Herzog.
Ahhhhh! Hauser, uma carta na mão, um livro de oração e uma faca amolada em ferida aberta no peito do bicho. Guardando no peito uma história incompleta que me diz tudo e que a tudo me faz dizer respeito: o homem algoz do homem.
Conferência acadêmica: Liberdade e Diferença
Estava só de corpo presente naquela tediosa sala de conferência. Meus pensamentos estavam na praia, nas montanhas e na escolha de onde passaria o próximo feriado.
Ouvi, então, a primeira frase:
HOMEM: A LIBERDADE SE CONSTRÓI NA RELAÇÃO COM O OUTRO”.
Aquelas palavras tragaram-me com a força das nuvens e me lançaram violentamente na última cadeira daquele auditório.
E não era tudo!
Seguiu:
HOMEM: a convivência livre dos juízos de valor, e sem tentativas de rotulações e enquadramentos é a única forma de viver realmente livre. Sendo a liberdade algo que se constrói na relação com o outro. é no exercício de comunicação e na prática da alteridade que melhor se gestão as normas de existência e bem viver.
O que era aquilo que aquele homem estava falando? Ainda consegui ouvir mais algumas de suas idéias e a cada frase sua fui sentindo um entendimento das coisas.
HOMEM: ...observando nosso tempo e suas contradições, fica claro que a atual forma em que nos organizamos não garante o bem viver para a maioria das pessoas. Ao contrário, os princípios de organização que normatizam nossa sociedade são pautadas numa dês-razão opressora das liberdades humanas e degradadora do espaço em que vivemos”.
Dês-razão?
Vivemos pautados numa dês-razão!!!!
HOMEM: Ao invés de posturas pessimistas e conformistas é necessário a ação e a consciência de que “nenhuma realidade é imutável”, “toda ordem pode ser invertida” e que “outras realidades são possíveis de serem construídas”.
Ao terminar de falar esta última frase o homem vestiu uma saia longa rodada, pesou a mão num batom vermelho sangue, calçou um salto plataforma e saiu desfilando, flutuando e em silêncio do auditório. Todos apenas acompanhávamos aquilo: aquele homem rebolando livre.
Poesia em 140 caracteres
Quetim...
terça-feira, 14 de junho de 2011
Esperando Godot
Amor Azul ou voo de borboleta
Era um amor desses azuis,
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Sem pistas
Insensível
Diante de um vinho seco tinto
A última canção
Ausente
Desmedidas
A lua me disse
Uma faca
Para longe
Um grito
Não dava mais para argumentar... queria ganhar a discussão no grito, urrou nervoso, feroz e arisco qual um leão:
- Hurrrrrr!
Houve um breve silêncio. Respondi-lhe pouco depois:
- Quer uma água com açúcar? Um suco de maracujá? Um chá de camomila? Um doce? Me diga.
Silêncio sepulcral, como um grito suspenso no ar.
Quem estaria precisando de um chá? Quem responderia?
TERRITÓRIOS E FRONTEIRAS
Seja você mesmo e deixe o outro
O outro é outra coisa mesmo
Coisa sem fim
Fora de ordem
Fora do eixo
Fora de órbita
Estou eu ou está o outro
Entre eu e outro só há desvão
Mas é isso. O outro é outra coisa mesmo.
O outro é outra coisa. (Enfático) Mesmo!
Minhas idéias apenas passam por mim...
Sou puro caminho, vereda plena, estrada nua, trilha de silêncio... Psiu!
É isso, se de fato existe alguma, essa é nossa fronteira.Desidentidade
*
‘Por que você me olha como se procurasse alguma coisa?’, disse ele.
‘porque estou tentando me ver em você…’, respondi.
‘Ver o quê? Você já nem sabe quem você é’. Provocou. ‘Nem essa cara que você tem é sua.’,
— Nossa! Ele te disse isso?!
— Disse.
— E o que você fez?
— Quebrei ele todo na porrada!
— Sério?! E aí?
— Aí que ao olhar pra ele especado na parede, todo quebrado, não me vi mais eu. Só vi a minha desidentidade mil vezes multiplicada.
*
sábado, 11 de junho de 2011
Ateliê vazio
sexta-feira, 10 de junho de 2011
(DES)Encantamento
Mantras de venturas leves
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Pedido de Arrebentação
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Felicidade enigmática
Delicada Intervenção Urbana 01
Menino Miguel
Modos de fazer culturas
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Eu e eu
Num dia de escolhações
Resolvi abandonar os cativeiros morais
E desde então
Eu e o meu avesso andamos tão bem um com o outro
Que ele anda a passear comigo pela casa, e juntos saímos à rua
Para tomar banho de sol.
E já não o escondo nem lhe chamo defeituoso e coxo.
E tão pouco ele me rotula, ordena ou castra.
Caminhamos por ai,
Experenciando nossos desarranjos
Descobrindo a harmonia dos assimétricos
Num compasso lento, doce e calmo.
Eu burocrata, ele anárquico
Eu colecionador, ele desapegado.
Agora vivemos assim,
Cuidando um do outro e sem nos querermos negar ou verter
Quando ele me protege eu o ponho no colo, lhe faço cafuné.
O fato é que já não nos interessa mais andar retalhados pelo caminho.
Meu benzinho - um escroto de marca maior
Meu benzinho era assim...
Oração
sexta-feira, 3 de junho de 2011
O Operário
quarta-feira, 1 de junho de 2011
O Bolo
O recheio e a cobertura eram de chocolate e coco,
que por coincidência ou não,
eram seus sabores preferidos.
Cortou uma fatia,
observou seu aspecto
e sabia que, querendo ou não, teria que comer.
Sentou-se, empunhou os talheres na intenção de saborear
um bom pedaço
e conhecer, pelo gosto,
a função e o efeito de cada ingrediente.
Não estava simplesmente comendo aquele bolo.
Investigava cada detalhe que o constituía.
De modo que já na primeira garfada
percebeu que as claras tinham sido mal batidas,
que tinham pesado a mão no açúcar,
que havia muito fermento,
e que o bolo fora mal assado.
Há coisas que nem a fome nem a gula justificam comer.
Há outras que só isso.