Num dia de escolhações
Resolvi abandonar os cativeiros morais
E desde então
Eu e o meu avesso andamos tão bem um com o outro
Que ele anda a passear comigo pela casa, e juntos saímos à rua
Para tomar banho de sol.
E já não o escondo nem lhe chamo defeituoso e coxo.
E tão pouco ele me rotula, ordena ou castra.
Caminhamos por ai,
Experenciando nossos desarranjos
Descobrindo a harmonia dos assimétricos
Num compasso lento, doce e calmo.
Eu burocrata, ele anárquico
Eu colecionador, ele desapegado.
Agora vivemos assim,
Cuidando um do outro e sem nos querermos negar ou verter
Quando ele me protege eu o ponho no colo, lhe faço cafuné.
O fato é que já não nos interessa mais andar retalhados pelo caminho.
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Espaço de poiesis, de criação;;; comente, amplie, revise, sugira... plasmando a voz de Errante Trovador. Prefira identificar-se, pois preferimos cultivar as relações e colher parcerias no caminho. Agradecemos a atenção.