O que há pra hoje?

POESIA COLABORATIVA
Suor. Espaço de exercício poético e livre escrita...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Quetim...

(Miguel em pesadelo)
Homem de Branco (com um chicote) - Não! Cuidado, meu fi. Faça isso não, mofi.
Miguel - É o quê que é? Fazê o quê Paivei? Quê queutô quereno fazer?
Homem de Branco - Isso que essa cabecinha sabida tá pensando aí, mofi. Paivei sabe que mofi tá pensano ni fazer. E Paivei num vai dexar mofi fazê essas coisa. Faça isso que vósmicê quer fazer não, mofi... Faça não, mofi.
Miguel - E o que é que é que eu to querendo fazê, paivei? Vosmicê tem sabença disso é? Então é fazer o quê? E mais... porquié que devo fazer não? Hun, Paivei?
Homem de Branco - (Bate o chicote insandecido) Cadê a vergonha, minino? Hun!? (Pausa. Silêncio) Ponha a vergonha na cara, ponha, mofi. Cadê as maneira, minino? Hun? É esse seu modo e maneira dilibertinagin véa passarinheira? É esse seu modo e manera di ser feliz infeliz desinfeliz qui nem se desse conta di quanto?Quede us custume do povo de vossuncê, mofi? Hun? Oh, mofi, (traz o menino ao colo e lhe acarecia, ninando) manhãzinha, derna de cedo, manhã quando nois acordar, sabe quem vai tá aí? Ela mofi a filicidade. (Excitado) É, mofi! Ela vai chegar toda lustrosa, bunita, dengosa e vai disabar sobre os home*. (Lúcido de sua persuasão) Faça nada não, meu filho. Fica aqui, olha, dorme quetim, meu filho. (ninando) Quetim. Quetim. Queti. Quet. Que. Qu. Q... Sussussussussu... oia a felicidade, oia a felicidade. (Excitadíssimo) Oia, mofi, oia... oia aqui. Oia. Acorda, mofi. Abri us oin, abre, mofi, abre us oin.
(Miguel acorda assustado)

*citação: "Menina amanhã de manhã" Tom Zé e Perna

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