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POESIA COLABORATIVA
Suor. Espaço de exercício poético e livre escrita...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Comendo tijolos


Brincando de explorar a essência humana. Escolhi com cuidado e Comprei um belo tijolo na velha casa de construção. Engoli todinho. Tijolo de difícil digestão. Tijolo disfarçado de bobo-da-corte do mundo. Seu nome: Hauser, uma carta na mão, um livro de oração e uma faca amolada em ferida aberta no peito do bicho. Cada um por si e Deus por todos ou - em língua alemã - Jeder für sich und Gott gegen alle - de Werner Herzog.

Hauser, Observado,relatado, estudado, analisado, dissecado... mas nunca compreendido. Quem será ele? O neto do grande general? Um mendingo? Um louco? Um mentiroso? Um deus? Um poeta, um artista? Uma criança? Ou um monstro?

O que é o humano? Uma construção social? Um fato em si?
Hauser é um incomodo. Um fiapo enfiado entre os dentes. Um desconhecido assassinado por um desconhecido. E há tanto a saber... mas a curiosidade não é fonte de compaixão.

OXALÁ EPISTÊMICA!!! Por luzes Macabéicas Hauseanas que nos mostre o paralelo, o paradoxo, o paroxismo!!!

O que é o mundo para alguém que viveu acorrentado contemplando uma parede? O que é o mundo para alguém que viveu acorrentado a filtros e estereótipos conceituais e caricaturas que são condicionadores e adestradores da percepção e do conhecimento e do sentimento humano? Ora, vá lá!!! “Tanto faz ser pão e circo” ou “pão e água”. Há muitos cativeiros nesta terra. Há tantos cativeiros nesta terra quanto tijolos a deglutir.

Ai. Meus ais. Sonho com o tal discernimento.

Ahhhhh! Hauser, uma carta na mão, um livro de oração e uma faca amolada em ferida aberta no peito do bicho. Guardando no peito uma história incompleta que me diz tudo e que a tudo me faz dizer respeito: o homem algoz do homem.

Ahhhhh! Hauzer, só um cego é capaz de ver que as montanhas não exitem e que é possível ir em frente passo a passo. Só o homem civilizado é capaz de achar que a torre ou o deserto ou a floresta são maiores que um quarto, um quarto/cativeiro.


Silêncio.

Vazio.

Hermético?

Hauser, uma carta na mão, um livro de oração e uma faca amolada em ferida aberta no peito do bicho. Se ao avesso o prazer estético desse filme me conduz... Fito-me feliz e triste. E ao artista, quem ou o quê o comoverá para além da compreensão? Se assim preferir, talvez você pudesse parar de ler este poema e assistir a um filme. Talvez.

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